ARBORIZAÇÃO URBANA EM CAMPINAS
um Levantamento abrangente
2007 a 2012
Realizados entre os anos de 2007 e 2012, os trabalhos conduzidos inicialmente por José Hamilton de Aguirre Junior – Engº Florestal, Mestre em Agronomia/Fitotecnia – Arborização Urbana e posteriormente, atualizados e complementados por Demóstenes Ferreira da Silva Filho - Engº Agrônomo, Professor Doutor da Universidade de São Paulo e sua equipe, apresentaram, respectivamente, o primeiro levantamento e detalhado estudo do sistema
Além de importante senso que mapeou todas as árvores do bairro, foi realizado diagnóstico da situação da arborização do bairro, bem como sugestão de propostas de intervenção e de planejamento visando a preservação, manejo e a saúde das espécies arbóreas, bem como o acompanhamento de modificações naturais ou provocadas como queda, morte, podas, replantios ou supressões.
Na totalidade, o senso apurou 2.087 plantas em calçada (entre árvores, arbustos e palmeiras), sendo este número em torno de 1/3 do recomendado pela Lei municipal nº 11.571 de 17 de junho de 2003. Observou-se o padrão de intervenções executados pelas empresas concessionárias de serviços públicos, cujas redes atuam em contato direto ou indireto ao tema (empresas de energia elétrica, telefonia e gás), apresentando conclusões importantes sobre os efeitos das ações dessas empresas sobre o patrimônio ambiental coletivo.
Como conclusão, o relatório do Prof. Demóstenes demonstra técnico-cientificamente, através de estudos, o chamado Valor Total das Árvores, que traduz em moeda corrente o valor do patrimônio verde da região. Essa referência é demonstrada em termos de economia e preservação de aparelhos públicos (pavimentos e equipamentos) e redução no consumo de energia.
Resumindo, equivale a quantificar quanto essas árvores representam em economia real no decorrer de sua vida útil, em anos, fato que ainda é pouco ou nada considerado, por não ser objetivamente visível e ser de longo prazo. Esta é uma questão de gestão municipal, mas evidentemente significativa em termos de economia e eficiência do uso do erário. Os resultados apresentados apontam para um montante de Treze milhões de Reais, só nesta região analisada.
arbóreo do bairro Cambuí em Campinas e a sua atualização no ano de 2012.
Os trabalhos culminaram na dissertação de mestrado defendida em 2008, na Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”,intitulada: Arborização viária como patrimônio municipal de Campinas/SP:histórico, situação atual e potencialidades no Bairro Cambuí e Relatório Cambuí. (vide anexos correspondentes em PDF).
Dentre outros destaques e considerações, encontrou-se que, a soma da área das copas das plantas de calçada, obtida pelo levantamento de 2007 de José Hamilton, significa, em área, 13ha (130.000m2), mais do que a maior área verde Central Urbana de Campinas, o Bosque dos Jequitibás, com cerca de 10ha.
Esse é um patrimônio de valor imensurável ao campineiro e ao morador do bairro Cambuí, pela referência histórica e de identidade do local, serviços ambientais prestados pela arborização e com reflexos positivos na qualidade de vida. Desta maneira é imprescindível, o olhar correto da gestão pública ao sistema de áreas verdes, notadamente as árvores viárias, um investimento de retorno rápido e eficiente.
Registro fotográfico digital com baliza de 2 metros em pé
Registro fotográfico digital com baliza de 2 metros atravessada na calçada
2017
Inventário, diagnóstico e avaliação econômica das árvores viárias situadas no bairro Cambuí, Campinas (SP) .
“O inventário de 2017 revelou aumento da quantidade de plantas em relação ao último realizado em 2012, em 36,3%, sendo 316 remoções ou quedas e 1.028 plantios, e de 22,8%, com relação ao de 2007.
A diversidade é satisfatória, entretanto, o planejamento das espécies em função de cada local deve ser aperfeiçoado, de maneira a se priorizarem os benefícios do uso do maior porte da arborização, em função das condições técnicas e potencial dos locais, ao contrário de hoje, onde o pequeno é priorizado.”
A avaliação econômica do bairro atingiu aproximadamente R$ 8 milhões, queda de 4,7% em relação ao valor obtido em 2012. A remoção ou queda de árvores de grande porte e os novos plantios são responsáveis por essa diferença. Comparando-se aos dados encontrados em 2007 (AGUIRRE JUNIOR, 2008), a diferença de valores será maior, pela alteração do perfil das espécies de grande porte naquele momento, para o médio, pequeno e arbustivo (resedá).
Esses valores evidenciam a necessidade do manejo e monitoramento das árvores, para que haja o bom crescimento e desenvolvimento das mudas até a fase adulta, quando propiciam seus inúmeros
benefícios. Destaca-se que, o planejamento visando à priorização da introdução e do uso planejado de espécies de porte e cobertura de copas maiores, com qualidade de madeira e fatores de resistência é o que mais contribuirá, além dos serviços socioambientais, na valoração financeira dessas plantas urbanas. O conhecimento desses valores monetários é uma ferramenta para o planejamento e gerenciamento da arborização urbana, com sensibilização da comunidade, acerca da importância das árvores viárias.”